Há quem diga que o mercado de trabalho para o jornalismo está saturado. Mas há também quem prefere dizer que a profissionalização e sua especialização estão interligadas ao processo histórico, às mudanças políticas, sociais e econômicas (PAULA MELANI).
Mas, será que um trabalho tão importante para a sociedade tem o retorno merecido e está valendo a pena para esses profissionais?
Foto: Google Imagens
Recentemente a prefeitura de Várzea Grande, abriu as inscrições para concurso público, e de acordo com o edital, estão disponíveis 3 vagas para jornalismo ou técnico em nível superior perfil Comunicação Social, com carga horária de 40h semanais e salário de R$ 829,70.
Isso significa que, o valor proposto segundo o piso salarial aprovado para Mato Grosso em 2011 pela FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas), não está de acordo. O que seria justo, e é o que a categoria exige é R$ 1.500,00 e carga horária de 5h diárias, podendo aumentar 2 horas extras, seguindo acordo contratual com o empregador.
A resposta mediante a proposta do concurso veio logo em seguida. O sindicato dos jornalistas de Mato Grosso, o SINDJOR, emitiu uma nota de repúdio, admitindo que o valor está totalmente fora do mercado de trabalho e além disso, que o prometido pelo então prefeito Tião da Zaeli, seria de 10 vagas. Em contra partida, a assessoria de imprensa da prefeitura divulgou uma nota informando que nenhum jornalista concursado recebe menos que o piso previsto pelo sindicato. O valor seria completado por um abono salarial de aproximadamente R$ 670.
Téo Menezes explica que, essa postura não garante os direitos necessários aos profissionais. Além disso, acredita que, para que haja garantia do concurso e seriedade é preciso uma ratificação no edital com a mudança do piso salarial.
O presidente do sindicato acrescenta que a atitude desfavorece a classe, e prejudica o profissional até mesmo no sentido de comprovação de sua renda. “Ao fazer um cadastro numa loja ou um financiamento no banco, por exemplo, deve ser comprovada a renda total do empregado, com valor que eles pretendem registrar dificilmente seria aprovado”.
Para mostrar que o repúdio não foi apenas uma “brincadeira”, Téo afirma já está providenciando a entrada com ação judicial até a próxima semana, caso não haja outra solução.
Direitos da profissão!
Muitos não sabem, mas, os direitos desses profissionais, assim como em todas as profissões, são regidos por leis que obrigam o poder público e também o privado, a seguir algumas regras. Entre elas estão:
-Para aqueles que estão representando o SINDJOR-MT, o reajuste do salário em 6,3%;
-Participação dos lucros das empresas;
-Possibilidade de plano de cargos e salários;
-Qualificação e cursos: oportunidade de adaptação às novas técnicas de equipamentos e ferramentas;
-Folgas e escalas de trabalho;
-Garantia para aposentadoria;
-Faltas e horas abonadas, etc.
Para saber mais sobre os direitos dos jornalistas, acesse o Acordo coletivo dos jornalistas de MT-2001, disponível no site do SINDJOR: www.sindjormt.org.br
Segundo a jornalista Queli Ávila, a carga horária de um jornalista em Cuiabá passa e muito do horário previsto para o profissional, e que muitas vezes é impossível fechar as matérias propostas pelos editores. Mas, a questão está no acordo que se faz com a empresa na hora da contratação, e com isso, um reajuste no salário ou horas de folgas são ajustadas. Outro ponto está na falta de liberação do jornalista em comprometer-se com outras empresas. Geralmente preferem que os funcionários sejam exclusivamente seus empregados, e com isso fica difícil os “extras” no orçamento.
Sinthia Cabral, estagiária diz que a explicação para tanto é que, as informações não podem de maneira alguma “vazar” ou serem passadas a outros veículos e correr o risco de perder a notícia em primeira mão ou que algumas vezes vira fofoca. Mas, que o mais importante é exercer a profissão com responsabilidade e ética, assim, as conseqüências serão ótimas e o respeito entre os colegas permanecerá e sem que haja desgaste no dia a dia.
Por Amanda Campigotto
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