quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Diploma: É necessário ou o que vale é se expressar?



Foto: Google Imagens

Alguns acreditam que uma das principais características de um bom jornalista é a curiosidade, outros já acham que ela simplesmente não existe, é abstrata, o que existe sim, é o meio, o nível de instrução, a idade, o ambiente de trabalho, o jornal etc.

Essa é uma discussão que está sendo muito questionada no meio profissional. Para muitos formados, sim, o diploma é sempre necessário, toda profissão que se preze, e que prepara o profissional para o mercado de trabalho precisa ter uma boa base de conhecimento, e uma boa faculdade fundamentada nos princípios corretos do que é fazer o jornalismo para a sociedade.


Claro que a liberdade de expressão de qualquer pessoa independente da profissão, é direito de qualquer cidadão e está garantida na constituição federal, mas fazer notícia para a sociedade é uma grande responsabilidade. Por isso, grandes empresas de telecomunicação, independente de qual mídia, geralmente contratam e preferem profissionais diplomados, que assegurem uma maior qualidade de informação. Ou os profissionais sem diploma, em outras, são treinados no próprio veículo, para poder exercer.

Pode ser que a prática ainda conte bastante, mas será mesmo que estudar durante os quatro anos de curso, não valem a pena? Compartilhar conhecimento com outros colegas, professores também? A bagagem do estudante que realmente quer exercer a profissão e que se esforça é muito grande, e conta muito no final.
Segundo o professor de direito e ética Wlademir Cargnelutti, é essencial o conhecimento dentro da instituição, pois, é onde se aprende os conceitos essenciais, ética jornalística, valores, como se escrever para ter qualidade de informação. Tudo é válido para conseguir um bom contrato, com uma boa empresa, e ser reconhecido na profissão como um verdadeiro jornalista.
Na verdade essa profissão é tudo isso e mais um pouco. É a perspectiva em que olha o mundo, como ele observa cada coisa da sociedade, cada cultura, e dela extrai conhecimento e experiência.

Essa é uma questão que divide opiniões inclusive de jornalistas formados, estudantes e próprios profissionais que se formaram na prática.

Outros acreditam que o que os cursos ensinam é meramente o básico, que o que é mais importante é no dia a dia da redação, que é praticando que se aprende. É a vida quem ensina a profissão. E acredita também que existem empresas que não exigem que o profissional seja formado, que nela própria ensinam técnicas rápidas e fáceis para trabalhar. “Até porque antes, bem antes, quando nem se ouvira falar de diploma de jornalista, eles estavam lá, já existiam, então porque agora que não há mais necessidade, ele é questionado? Porque só agora o assunto virou uma polemica? É exatamente isso que não entendo. Trabalhei na profissão durante 15 anos, sem diploma, e isso nunca me atrapalhou, ao contrário, sempre fui um profissional que tive amor pelo exercício do jornalismo”, questiona o jornalista aposentado Amaral Duarte.

É preciso viver, ganhar experiência, porque, por melhores que sejam a faculdade e o aluno, ao começar a trabalhar numa redação, todo jornalista ainda tem muito que aprender.

A própria jornalista formada há oito anos, Carla Souza, ainda defende a não obrigatoriedade. “Eu acho até que profissionais de outras áreas, podem perfeitamente escrever uma matéria que seja da sua própria área. Por exemplo, um médico pode escrever sobre uma nova doença rara que esta afetando a população, ele é perfeito e exato nisso. Vai escrever melhor que qualquer jornalista, inclusive os com diploma. O mesmo posso dizer de um químico, científico, advogado, entre outros”, “Claro vão escrever em termos técnicos, por isso há os jornalistas que facilitam para o leitor, mas isso não é um diploma que vai mudar”, finaliza.

Por outro lado, há quem defenda que deveria existir um diploma para todo jornalista. O recém formado, Gabriel Schuster, afirma que é praticamente impossível conseguir um bom emprego sem curso superior e os conhecimentos adquiridos nele. “Como qualquer profissão, acho essencial ter um curso de nível superior”. “Eu acabei de sair da faculdade, e nas minhas primeiras entrevistas de emprego, já me perguntaram, onde me formei, quando me formei, então, para mim o diploma e faculdade é referência”.

A rotina e o cotidiano podem dominar na produção diária de um jornal, mas escrever nunca deixará de ser um ato de cultura e imaginação.
Apesar do conhecimento teórico da atividade jornalística, grandes expectativas sobre a prática, ainda, em grande parte, é o que se considera por muitos o mais importante.


Por Alana Campigotto

Nenhum comentário:

Postar um comentário