quinta-feira, 13 de outubro de 2011

DRT - Como tirar registro de Jornalista sem diploma? Vantagens e desvantagens.


O registro profissional é uma licença emitida pelo Ministério Trabalho para se exercer uma profissão. No caso dos jornalistas, a partir da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em junho de 2009, a exigência do diploma de Jornalismo e o registro profissional não são mais condição para o exercício da profissão. O registro de jornalista para os  não diplomados podem ser adquiridos diretamente com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego.

Basta que o trabalhador leve à superintendência cópias autenticadas da identidade, CPF, carteira de trabalho, comprovante de residência, preencher um requerimento solicitando o registro e apresentar algum comprovante de que possui algum trabalho na área, que pode ser uma declaração do empregador ou registro na carteira de trabalho.

Mas ter o diploma hoje não é tão fácil, depois de enfrentar longos quatro anos de faculdade, a maioria dos alunos do Instituto Várzea-grandense de ensino que se formaram há dois ou mais anos atrás, ainda não tem o registro por um atraso de entrega do diploma. Nesse caso, o jornalista formado, deve pedir um atestado de conclusão da faculdade e apresentar na superintendência do Trabalho para fazer o registro profissional.

Uma ex-estudante do IVE está partindo para esse processo, ela que se formou no IVE há dois anos ainda não conseguiu o diploma. "Já fui várias vezes na faculdade e sempre tem alguma desculpa para não entregar o diploma, vou ter que dar um jeito", disse a jornalista, que não quis se identificar, ela deve participar de alguns concursos da categoria, e vai precisar do registro para comprovar sua formação.

Quais as vantagens de ter um registro de jornalismo ou de ser um jornalista sem formação na área?

Agora que graças a Deus estou terminando o curso de jornalismo, descobri algumas outras razões para reverenciar a existência do diploma. A faculdade deveria ser considerada um luxo num País de tantos analfabetos, desempregados e despreparados. Exigir o diploma é uma forma que o mercado de trabalho encontra para valorizar aqueles que optaram por preparar-se para enfrentá-lo. Ou pelo menos deveria ser assim.

Quando iniciei o curso, confesso que se tivesse derrubado o diploma na época teria desistido, tentado outra profissão, mas hoje vejo quão importante é ter o ensino teórico, como é fundamental no dia a dia do jornalismo ético e responsável. Enfim, procurei sempre estar no mercado de trabalho, independente se caiu ou não o diploma, fui atrás para me formar, e vejo toda a luta que passei como uma grande vitória para minha vida profissional.

O jornal Folha de São Paulo, por exemplo, contrata profissionais sem formação jornalística. Segundo a editora de Treinamento do jornal, Ana Estela de Sousa Pinto, a queda do diploma, na prática, não muda absolutamente nada. “A Folha sempre foi contra o diploma obrigatório, o que não quer dizer que seja contra os cursos nessa área. Cerca de 70% dos nossos profissionais estudaram jornalismo”, diz. 

Outro fator importante, é que o crescimento do jornalismo pela internet está facilitando a entrada de profissionais sem diploma. Mesmo os mais jovens podem ter conhecimento e experiência na área para levar vantagem, numa seleção, sobre quem tem diploma. Hoje as redações precisam de pessoas que entendam como se relacionar com novas mídias, redes sociais, integrar os veículos em comunidade, há muitas situações em que não há uma ligação com o profissional do jornalismo.

Desvantagens:

Primeira coisa que me vem a mente, é concurso público, por mais que tenha caído o diploma, no concurso público é exigido o canudinho, sendo a disputa a menina dos olhos de muitos brasileiros, sinal de estabilidade financeira. Mas, isso só é possível com o diploma na mão. Alguns veículos de grande porte não aceita também jornalista sem ter diploma.
Uma coisa muito importante, piso salarial, esses dias a Prefeitura de Várzea Grande, de forma vergonhosa publicou um edital do concurso público, com um salário de R$ 800 e alguma coisa para função de jornalista, estão levando a queda do diploma na risca.

O que é mais importante em todo esse processo de diploma ou sem diploma é que  um jornalista trabalha com informação e, portanto, precisa estudar e se atualizar até o fim da vida.

 Dayane Sena é jornalista ainda não formada, produtora do Jornal de Mato Grosso, da TV Cidade Verde, afiliada a Band.

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