quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Jornalismo em discussão!

Professores e diretores de faculdade em São Paulo debatem sobre a profissão.

Em 2010, a faculdade ESPM em São Paulo, lançou o curso de jornalismo - graduação e pós-graduação. Na ocasião, um grande evento foi realizado (em outubro de 2010) e contou com a presença do professor e especialista no desenvolvimento e gestão de programas de educação e formação em Jornalismo, David Klatell, da Columbia University.


Desde então, a instituição está em debate para fazer com que os alunos tenham cada dia mais interesse pela profissão, e foi realizada a 1º Jornada de Jornalismo no último dia 21.

Quem deu abertura ao evento foi o diretor-presidente da ESPM, J. Roberto Whitaker Penteado. Peça fundamental desde o início para a concepção do curso, ele enfatizou a entrada da ESPM no jornalismo, fato que reforça as vocações da Escola – comunicação e criatividade. “Jornalismo pertence ao mundo da ESPM, sim”, alegou.

Whitaker Penteado também argumentou que com o crescimento da indústria da comunicação. “Esta atividade só tende a crescer. Profissionais que saibam pensar, falar, escrever, entender (o que aconteceu) e passar adiante são necessários para o futuro”, declarou.

Na sequência, o diretor do curso de Pós-Graduação em Jornalismo com ênfase em direção editorial, Eugênio Bucci, palestrou o tema Desafios e rumos do jornalismo. No começo de sua fala, um dilema. “O principal desafio do jornalismo em nosso País é saber quem ele é. Em outros países, a prática jornalística se incumbiu de elucidar a questão”, provocou Bucci afirmando ser esta a premissa para toda instituição que formar jovens na carreira.

O palestrante também trouxe oito pontos delimitam o que é jornalismo. O primeiro deles foi imprensa é instituição da sociedade, logo não possui (e nem deve possuir) vínculos com o Estado, assim evita de ser corrompida. “Imprensa é a sociedade em conversa com si mesma”, afirmou. O ponto seguinte apresentado foi: jornalismo é o idioma da instituição imprensa, logo deve ter perspectiva crítica, independente e cabe a ela atender o cidadão em seu direito à informação. “A imprensa só é possível regime democrático”, enfatizou.

O terceiro e o quarto ponto foram respectivamente: imprensa é uma necessidade da sociedade e jornalismo é um método. A independência do jornalismo foi o quinto ponto. “Interesse comercial não se confunde com interesse público e do público”, falou destacando a premissa da divisão entre os departamentos editorial e comercial das empresas jornalísticas.

Os pontos seguintes foram o risco de captura e imprensa existe para contar segredos. “A obrigação do jornalista é se tiver um segredo, conta-lo para todo mundo”, explicou. O oitavo ponto foi o jornalismo se define por uma ética. “Jornalismo não pode ser definido como uma técnica. Ele é ética, pois se baseia em uma relação de confiança”, finalizou Bucci. Em seguida, a plateia foi dividida em grupos para discutir quais os rumos de carreira a ESPM pode dar ao curso.

No período da tarde, as discussões foram sobre a cultura de massa e a internet como instrumento de auxílio aos profissionais. “Os argumentos sobre cultura de massa e comunicação de massa é exatamente o mesmo que em qualquer escola do mundo. O desenvolvimento da banda larga irá mudar o jornalismo e as formas de se contar histórias no Brasil”, explicou argumentando que haverá uma democratização na criação de produtos audiovisuais de qualidade.

Por Amanda Campigotto

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